Comovente na medida, sem extrapolar nem cair em melodramas existenciais (que me fariam, certamente, chorar!), apesar do sofrimento impresso em cada partezinha tirada da memória... Irônico no poder da palavra, o que é grandioso no relato, principalmente por vir das lembranças do protagonista... Admirável pelo grau de sensatez a partir da qual a narrativa é apresentada, atendo-se somente ao que importa de verdade ao narrador personagem: os fatos!
Fatos terríveis, inicialmente por ser deixado pela mãe; mais terríveis ainda por ter de se virar sozinho no universo cruel do Afeganistão; ainda piores, pela trajetória seguida por Enaiatollah para fugir de seu destino... encontrando pelo caminho seres que são quase impossíveis de descrever e que talvez por isso mesmo o narrador tenha decidido apenas caracterizá-los com maus e bons!
Espantosamente belo e corajoso! Encantador...