"Um mesmo livro nunca é o mesmo para duas pessoas." Ferreira Gullar



13 de novembro de 2011

Preciso recomeçar...



As leituras se acumulam nessa época de muito trabalho e pouco tempo, mas o que mais me chateia é não escrever sobre elas! :(

25 de agosto de 2011

"Comovente. Irônico. Admirável." (Grazia)

De fato, Existem crocodilos no mar (Fabio Geda, Ed. Fontanar) é tudo isso e mais um pouco!

Comovente na medida, sem extrapolar nem cair em melodramas existenciais (que me fariam, certamente, chorar!), apesar do sofrimento impresso em cada partezinha tirada da memória... Irônico no poder da palavra, o que é grandioso no relato, principalmente por vir das lembranças do protagonista... Admirável pelo grau de sensatez a partir da qual a narrativa é apresentada, atendo-se somente ao que importa de verdade ao narrador personagem: os fatos!

Fatos terríveis, inicialmente por ser deixado pela mãe; mais terríveis ainda por ter de se virar sozinho no universo cruel do Afeganistão; ainda piores, pela trajetória seguida por Enaiatollah para fugir de seu destino... encontrando pelo caminho seres que são quase impossíveis de descrever e que talvez por isso mesmo o narrador tenha decidido apenas caracterizá-los com maus e bons!

Espantosamente belo e corajoso! Encantador...

9 de agosto de 2011

A guerra dos tronos

Comprei, entusiasmada, A guerra dos tronos (George Martin, Ed. Leya), apesar do tamanho e da minha falta de tempo, mas como sempre acredito que o melhor quando não se tem tempo é encontrá-lo, pensei que não encontraria problemas e o levei, dentre outras obras, para uma viagem, no recesso de julho. Ironicamente, passei a minha mísera semana de descanso lendo outras coisas e "fugindo" do tijolo...


A narrativa é intrigante, com muito mistério, muitas aventuras e intrigas em torno de uma batalha pela sucessão de um trono! Tudo de que gosto, mas num ritmo que não colabora... Adoro capítulos que se entrelaçam, com as pequenas narrativas paralelas se unindo e apontando "caminhos" para o desenvolvimento da trama, nessa obra, contudo, não percebi essas relações com fluência! Como boa leitora, segui aos tropeços e num determinado ponto (já quase desistindo!) encontrei o rumo: achei o encanto da obra!... Agora, encaro outro problema: preciso ler os outros dois volumes já!!! Quem entende essa leitora, não?!?!


P.S.: esse livro cheira muito bem!

2 de agosto de 2011

E veio a sequência...


Pois é... a trilogia Fronteiras do Universo (Philip Pullman, Ed. Objetiva) veio pra deixar sua marca...
Simplesmente apaixonante o segundo livro - A faca sutil - sem dúvida alguma, o melhor da série! O encontro da Lyra "da língua mágica" com Will e o que decorre dele é extremamente criativo, empolgante, prendendo o leitor e até o surpreendendo em muitas passagens!
Gostei tanto do segundo livro que acredito ter esperado demais do terceiro - A luneta âmbar - mas não encontrei nele o "ponto"! Faltou uma dosesinha... acho que é muito longo, ou muito descritivo, ou muito cheio de personagens ou relações entre mundos, sei lá... A leitura ficou um pouco pesada e não deslanchou, mas não considero o livro ruim, só diferente do ritmo dos dois primeiros. Recomendo...

19 de junho de 2011

Colocando as leituras em dia...

Água para elefantes

De-li-ci-o-so!

Ainda bem que cedo aos meus impulsos de vez em quando... Água para elefantes (Sara Gruen, Sextante) é um livro pra lá de bom, com um enredo muito bem bolado, em torno das memórias do protagonista - um homem de mais de 90 anos - do período em que trabalhou como veterinário num circo, na época da Grande Depressão. Interessante é perceber como o conflito, apresentado logo de cara, vai sendo desenvolvido sem pressa, mexendo com os nervos do leitor! Melhor ainda é notar que aquilo que em princípio era revelador sobre o desenvolvimento do enredo passa a um plano secundário, graças a revelações que vão se descortinando aos poucos... O narrador personagem tem uma força que contrasta com sua idade avançada e uma capacidade de linkar fatos que proporcionam uma versão surpreendente de sua história, assim como de seu envolvimento com os demais personagens, pricipalmente com Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que acaba salvando o circo e a vida do próprio protagonista!

Ainda não assisti ao filme, mas pretendo, se não para comparar, pelo menos para observar como foi transmitida a relação ímpar de Jacob com a personagem mais apaixonante da obra: Rosie! É emocionante...

O senhor dos ladrões

Depois de gostar muito de um livro, tenho a tendência de ler outros do mesmo autor. Naturalmente, o que busco é o senso de originalidade que pontuou a obra anterior, de forma que não me decepcionei ao ler O senhor dos ladrões (Cornélia Funke, Cia das Letras).

O livro, apesar da classificação infanto-juvenil, é muito curioso, desde a caracterização dos personagens e do cenário - um pequeno grupo de crianças órfãs que vive num cinema abandonado numa Veneza deslumbrante, repleta de casarões e praças - Vespa, Mosca, Riccio e principalmente o 'senhor dos ladrões' - o garoto Scipio, o qual usa máscara negra e botas de salto -, assim como os irmãos Próspero e Bonifácio, em torno dos quais a narrativa gira.

O mais surpreendente, no entanto, não é uma coisa nem outra, mas sim a habilidade com que a autora delineia uma história paralela, que vai sendo apontada lentamente, de forma que a temática inicial (o envolvimento de um detetive muito tolo e engraçado na busca dos dois irmãos!) vai sendo desvendada e o leitor começa a se perguntar, então, o que virá a seguir, pois parece que a história tem de terminar, mas ainda há muitas páginas a serem lidas... aí tem início a segunda parte da história: o papel da asa, objeto (mágico!) que deve ser roubado pelo 'senhor dos ladrões' e que conduzirá o grupo de amigos à maior aventura de suas vidas!

O desfecho é, portanto, tão fascinante e surpreendente quanto o restante da narrativa, mantendo a sensação de estarmos diante de uma obra que diz a que veio! É show!

Coração de tinta

Falando em trilogias encantadoras... Coração de tinta (Cornélia Funke, Cia das Letras) é uma narrativa fantástica! Por trás de uma história simplista, encontra-se o elemento mágico: o reconhecimento do poder da palavra, um poder tão especial que é capaz de mudar o rumo dos fatos!

A autora alemã espelha o mundo em que vivemos sob uma ótica meio impressionista, seja ao representar seus personagens através da ambiguidade de suas ações, seja ao aproximar essas ações de suas emoções... com as quais ela acaba revelando o que, muitas vezes, não desejamos perceber.

O ponto chave da narrativa é a habilidade do protagonista de animar seres dos livros pelo simples fato de ler suas histórias e o quanto esse poder transforma sua vida, assim como (e principalmente!) de sua filha Meggie. Os personagens com os quais terão de partilhar seus momentos são reconhecidamente divididos entre os 'bons' e os 'maus', num claro exemplo de que a obra tende a proporcionar momentos de reflexão, mas não necessariamente de mudar a nossa perspectiva dos acontecimentos.

Obra linda... Merece nota dez! (assim como espero que a continuação mereça...)

A bússola de ouro

Lindíssimo o primeiro volume da trilogia de Philip Pullman (Ed. Objetiva), o qual apresenta uma narrativa perspicaz sobre a natureza humana num plano diferente do nosso... mas ainda assim verossímil!

As relações travadas por Lyra, a protagonista que não passa de uma criança, com o mundo - e nele elementos fundamentais à existência, como família, amigos, educação... - são marcadas pelo tom certo de tensão, que preenche a necessidade do leitor de encontrar um caminho para a menina e seu dímon. Os encontros e desencontros de Lyra com tudo que lhe é mais caro e, naturalmente, distante, marcam sua trajetória ao que é mais importante: a descoberta de si mesma!

Assim, sua existência em Oxford, sua partida com a Sra. Coulter, a viagem com os gípcios, o encontro com as feiticeiras, ou com o aerostata, ou com o incrível urso de armadura... são apenas partes de um reconhecimento de seu poder, principalmente quando ela percebe que consegue ler o aletiômetro...

Incrível... mágico... encantador!

Que venham os outros dois livros da série!

Tudo que é sólido pode derreter

À primeira vista, Tudo que é sólido pode derreter (Rafael Gomes, Leya) não atrai o leitor! Apesar da história ser atual, tem um começo morno, meio cansativo... e pra piorar, saiu de uma série de TV (não quero ser preconceituosa, mas já é a segunda vez que cito esse fato só hoje!)...
Mas sabe que ele tem uma pegada interessante? Vencendo a resistência inicial - provocada principalmente pelo fato de que não fui eu que o escolhi, ele veio a mim! - reconheci no livro uma narrativa movimentadíssima e atraente, até porque envolve LITERATURA! A menina aí da capa é Thereza, a protagonista; a narrativa começa com o primeiro dia dela no 1º ano do ensino médio, suas relações em casa (é filha única), com as meninas na escola e com os meninos, claro, em especial Letícia - a melhor amiga -, Marcos - o melhor amigo - e João Felipe - o amado!

Independente de parecer meio clichê logo de cara, a história deslancha, sempre envolvendo a grande arte: a literatura; as obras trabalhadas na escola sempre acabam inspirando algo na vida da personagem e em seus enredos pessoais! Há passagens hilariantes em que a personagem "vive" as obras, e isso é muito bom... achei bem legal! Compensa a leitura das mais de 450 páginas...

Orgulho e preconceito

Depois de uma aula no começo da última semana na qual citei algumas passagens de Orgulho e preconceito (Jane Austen, L&PM), fiquei com muita vontade de reler esse clássico e percebi que nunca escrevi nada sobre ele! Assim, pus mãos (e olhos!) à obra e reli a deliciosa aventura amorosa da Srta. Elizabeth Bennet e Mr. Darcy... Como é fantástico o trabalho da autora na construção de seus personagens! Independente de não sabermos exatamente como são, afinal, ela não determina seus aspectos físicos, os conhecemos intimamente, o que conduz à leitura mais atenta dos dois grandes temas que são abordados frequentemente nos diálogos extremamente sagazes entre os personagens: o orgulho e o preconceito.

Acredito que esse é o tipo de texto que deve ser lido várias vezes, pois a cada nova leitura um outro olhar se descortina, uma outra observação é realizada... e os personagens evoluem na sua 'dança' de encontros e desencontros, numa das mais belas histórias de amor que conheço! Não é pra menos que se tornou um clássico!

A garota da capa vermelha

Era uma vez uma garota que ia se casar com um ferreiro...

Era uma vez um lenhador que queria fugir com ela...

Era uma vez um lobo...


É com essa chamada, em vermelho, na contracapa, que A garota da capa vermelha (Sarah Blakley-Cartwright e David Leslie Johnson, iD editora)apresenta sua história nada convencional. Interessante que convence -principalmente num universo já tão recheado de vampiros e outros monstros! Mas a leitura, além de não guardar um elemento mágico capaz de aguçar os sentidos, é tão água com açúcar que enjoa...

Gostei da narrativa, considerei atraentes a caracterização das personagens e o cenário meio funesto em que se passam os acontecimentos, mas falta à obra um "quê", algo que a torne mais... envolvente, talvez! Não gosto de parecer preconceituosa, mas um romance que nasce de um roteiro não me parece adequado!

O clímax da obra fica por conta da desconfiança de Valerie, a protagonista, de quem seria o lobo/lobisomem que ataca a aldeia onde vive, em noites de lua cheia: as passagens em que a nossa Chapeuzinho dark desconfia da avó, do amado, enfim, de todos... são um presente depois de momentos açucarados - e outros muito cruéis pro meu gosto! - de mais da metade do livro! Infelizmente, o final é decepcionante, mas enfim... ACREDITE NA LENDA, CUIDADO COM O LOBO!

3 de abril de 2011

Johaben - Diário de um construtor do templo


A história de Johaben (Record) é uma das mais incríveis que já li! Consegue ser a um só tempo fascinante - principalmente em razão de conter poderosos mistérios - e cansativa - por ocasião das inúmeras passagens descritivas, tanto dos ambientes quanto das sensações que envolvem a mudança do jovem Joab para Johaben.

É difícil encontrarmos romances brasileiros modernos de qualidade e que abordem uma pesquisa histórica tão ricamente trabalhada como esse de Zé Rodrix. Tenho lembranças do autor, da época de minha infância e adolescência, na música, como em Soy latino americano ou Casa no campo, mas jamais o havia associado à literatura. Fiquei encantada!

A habilidade com que ele pinta as personagens ou com que relata a busca por um deus para chamar de seu, o início da história da maçonaria, as razões por trás de mentiras e assassinatos, o renascimento do homem e sua relação com a pedra... são todos elementos que exercem função de manter o leitor preso à narrativa!

Agora preciso ler os outros dois volumes da trilogia pra continuar acompanhando as aventuras e descobertas de Johaben rumo ao novo mundo, onde as aves têm penas longas e azuis e a madeira tem seu cerne vermelho, capaz de tingir as mãos de quem a tocar...

11 de março de 2011

Mario Quintana

A poesia não se entrega a quem a define.

Obrigada, Diego!

10 de fevereiro de 2011

A pirâmide vermelha

O último sucesso de Rick Riordan repete a fórmula já conhecida na série Percy Jackson e os Olimpianos: usar a mitologia - o poder das divindades - só que dessa vez a egípcia! A Pirâmide Vermelha (Intrínseca) é o primeiro livro da trilogia As crônicas dos Kane e traz como protagonistas os irmãos Kane, Carter e Sadie, que contam a história intercalando suas vozes narrativas e um bom humor difícil de manter após as terríveis circunstâncias que presenciaram.
Talvez a tirada mais original do livro seja a maneira como essas vozes dos narradores se intercalam: através de uma gravação digital, que é transcrita pelo autor, os irmãos relatam (com direito a piadas e alfinetadas!) o que passaram a partir da véspera do Natal quando o pai - o famoso egiptólogo Dr. Julius Kane - desaparece ao destruir o Britsh Museum. Os relatos têm um ritmo acelerado e, como os irmãos são adolescentes (ele tem 14 e ela, 12), são marcados pelo mesmo estilo instaurado em Percy Jackson, com muita aventura, trocas de farpas com certos deuses terríveis do Egito Antigo e descoberta de poderes que podem mudar o rumo da vida dos jovens... e da humanidade!
Acredito que o melhor de A Pirâmide Vermelha sejam as relações que se criam entre os deuses do lado leste de New York (os Egípcios) e os que pertencem a Manhattan, numa clara alusão aos deuses gregos de Percy Jackson, o que torna Riordan um autor refinado, dado a ironias (há várias passagens no livro que apontam essa relação!) e capaz de atender às necessidades de seus leitores juvenis... e adultos, também!

Achei que já conhecia tudo que Riordan pudesse contar... ledo engano! Aguardo ansiosamente os outros dois livros da série!

2 de fevereiro de 2011

1822


1822 (Laurentino Gomes, Nova Fronteira) confirma o estilo de prosa encantadora do autor que já havia me conquistado em 1808: história contada para todos, de forma simples e engraçada! O enfoque que dá à Independência do Brasil é fantástico... Aos curiosos e bons leitores, certamente um prato cheio!

O senhor do falcão

Já passei muitas vezes por O Monge Inglês e nunca tive muita vontade de ler, mas não sei que encanto diferente tem O senhor do falcão (Valéria Montaldi, Record) que mesmo dizendo na capa que á uma história com Frei Matthew, de O Monge Inglês, não só quis ler como gostei muito!

O livro é interessante, com boa dose de suspense e personagens intrigantes... a época - século XIII - e o lugar - Milão, Itália - são componentes significativos para compor um romance em capítulos intercalados, como uma colcha de retalhos que se vai costurando aos poucos, através dos encontros (e desencontros) dos personagens, com final pouco surpreendente, mas nem por isso menos dramático! Valeu a leitura...

O mundo pós-aniversário

E se nos fosse dado o direito de escolha?

Não de coisas desimportantes - como decidir que roupa usar - ou muito significativas - como a profissional -, mas de algo que fizesse diferença emocional, que mudasse a perspectiva quanto ao que se espera do amor ou da felicidade? Como se o mundo que eclodisse após o impacto de um determinado incidente fosse completamente o oposto daquele que se considerava perfeito e totalmente aceitável!

Pois é mais ou menos por aí que se destrincha a narrativa de O mundo pós-aniversário (Lionel Schriver, Intrínseca), obra difícil de definir, ou mesmo apenas registrar uma opinião. Schriever já havia estraçalhado meus nervos com Precisamos falar sobre o Kevin e agora conseguiu me deixar aparvalhada, quase como à espera do que não pode vir, mas a gente continua esperando...

Irina é uma personagem marcada pela dúvida, que a assalta assim como ao leitor, o qual, ao mesmo tempo que torce por ela, se enraivece com sua incapacidade de ser feliz, com sua inaptidão à felicidade em qualquer dos mundo pós-aniversário que se descortinam diante dela...

Lawrence e Ramsey são os dois caminhos por que ela pode optar, sem necessariamente encontrar o que procura...

E se nos fosse dado o direito de escolha?
Saberíamos que caminho seguir?

A elegância do ouriço

Falando em indicações preciosas de leitura, volto a citar minha querida Gabi: A elegância do ouriço (Muriel Barbery, Cia das Letras) é uma delícia!
Em torno da filosofia, da psicologia e de muitas outras ciências que poderiam ser perscrutadas na obra singular de Muriel, o que se lê ali é uma aula sobre a vida em suas várias facetas, meio esdrúxulas às vezes, meio sem pé nem cabeça em outras situações, mas a vida, simplesmente...

Amei tantas passagens do livro que, pela primeira vez em anos (nem quero contar quantos!) não apenas dobrei margenzinhas nas páginas de que mais gostava, fui além: com um lápis (bem fraquinho pra não macular o universo sagrado do livro!) separei frases, parágrafos, pedacinhos de textos que mais tarde - faço questão! - irei dispondo, aos poucos, na margem direita desse blog! Verdadeiras lições sobre o estar no mundo, são reflexos do pensamento e das ações de duas personagens incrivelmente belas: Reneé e Paloma, tão semelhantes num mundo de oposições, tão sábias num universo de ignorância e aparências! Em breve devo reler essa maravilha... enquanto isso, aproveito seus pequenos mistérios!

Obrigada, Gabi!

Travessuras da menina má

Nunca tinha lido Mario Vargas Llosa! Fico pensando quanto tempo perdi... mas também penso que nunca é tarde para encontrar bons escritores antigos!
Travessuras da menina má (MarioVargas Llosa, Alfaguara) é incrivelmente bem escrito. Além de personagens encantadores e poderosos, como Ricardito e sua niña mala, sobejam fatos incríveis que perpassam 40 anos de História!

Muitas vezes antes de comprar o livro e, posteriormente, de iniciar a leitura, fiquei matutando o que teria levado a Larissa a me indicar i n c a n s a v e l m e n t e essa obra que (ela insistia!) era a minha cara! Descobri a veia histórica como pano de fundo da história mais amalucada de amor que já li e, naturalmente, me apaixonei! Ela sabia disso... e me sinto recompensada, não apenas por ela ter se tornado excelente leitora, mas pelo regalo que me deixou: uma indicação de ouro!

Só espero que agora, mesmo de longe (já na faculdade!), ela continue me mantendo a par de suas leituras e, quiçá, me permitindo conhecer outras novidades! Obrigada, minha amada... sentirei saudade!

Pequena Abelha


Pequena Abelha (Chris Cleave, Ed. Intrínseca) é um daqueles livros apaixonantes, que valem cada página!!! O autor foi muito feliz ao abordar uma temática tão complexa de forma tão sensível, abusando das metáforas para contar o indizível...

Personagens fortes, riqueza de linguagem, tragédia humana... uma fantástica mistura de acontecimentos marcantes que tocam o leitor! Belíssimo! Nota mil!

10 de janeiro de 2011

Reparação


Depois de algum tempo me veio à lembrança o romance Reparação (Ian McEwan, Cia das Letras) porque passei os olhos no filme Desejo e reparação, baseado na obra, e me lembrei de alguns comentários jocosos sobre o livro, os quais jamais compreendi! Mais de uma pessoa (e entenda-se aqui pessoas como leitores, bons leitores...) disse não gostar do livro, já não me lembro mais se necessariamente da história ou se da forma como é narrada, mas não gostar - independente de que - é não gostar e, portanto, para mim, uma situação inusitada! Eu adorei o livro...
Alguns devem estar pensando que não é novidade eu ter gostado, mas considerei Reparação uma narrativa envolvente, cheia de um olhar humano carregado de falhas que é simplesmente fantástico! Denso na medida, promove uma sensação gostosa de catarse, mesmo que seja para puxar o tapete no final!
Os bons leitores de Jane Austen, por exemplo, devem ter notado certa semelhança, seja na amarração da história, seja nos detalhes de tempo e espaço, ricamente construídos...
Quanto ao filme, bom, ainda não o vi inteiro, sempre aos pedaços na programação da TV... quem sabe meu cinéfilo preferido Leon tenha algum comentário e me desperte o desejo de assistir! Quanto ao livro, gostaria de conhecer outras opiniões e impressões... a quem ainda não o leu, é uma excelente dica de férias!