O último sucesso de Rick Riordan repete a fórmula já conhecida na série Percy Jackson e os Olimpianos: usar a mitologia - o poder das divindades - só que dessa vez a egípcia! A Pirâmide Vermelha (Intrínseca) é o primeiro livro da trilogia As crônicas dos Kane e traz como protagonistas os irmãos Kane, Carter e Sadie, que contam a história intercalando suas vozes narrativas e um bom humor difícil de manter após as terríveis circunstâncias que presenciaram.
Talvez a tirada mais original do livro seja a maneira como essas vozes dos narradores se intercalam: através de uma gravação digital, que é transcrita pelo autor, os irmãos relatam (com direito a piadas e alfinetadas!) o que passaram a partir da véspera do Natal quando o pai - o famoso egiptólogo Dr. Julius Kane - desaparece ao destruir o Britsh Museum. Os relatos têm um ritmo acelerado e, como os irmãos são adolescentes (ele tem 14 e ela, 12), são marcados pelo mesmo estilo instaurado em Percy Jackson, com muita aventura, trocas de farpas com certos deuses terríveis do Egito Antigo e descoberta de poderes que podem mudar o rumo da vida dos jovens... e da humanidade!
Acredito que o melhor de A Pirâmide Vermelha sejam as relações que se criam entre os deuses do lado leste de New York (os Egípcios) e os que pertencem a Manhattan, numa clara alusão aos deuses gregos de Percy Jackson, o que torna Riordan um autor refinado, dado a ironias (há várias passagens no livro que apontam essa relação!) e capaz de atender às necessidades de seus leitores juvenis... e adultos, também!
Achei que já conhecia tudo que Riordan pudesse contar... ledo engano! Aguardo ansiosamente os outros dois livros da série!