"Um mesmo livro nunca é o mesmo para duas pessoas." Ferreira Gullar



19 de junho de 2011

O senhor dos ladrões

Depois de gostar muito de um livro, tenho a tendência de ler outros do mesmo autor. Naturalmente, o que busco é o senso de originalidade que pontuou a obra anterior, de forma que não me decepcionei ao ler O senhor dos ladrões (Cornélia Funke, Cia das Letras).

O livro, apesar da classificação infanto-juvenil, é muito curioso, desde a caracterização dos personagens e do cenário - um pequeno grupo de crianças órfãs que vive num cinema abandonado numa Veneza deslumbrante, repleta de casarões e praças - Vespa, Mosca, Riccio e principalmente o 'senhor dos ladrões' - o garoto Scipio, o qual usa máscara negra e botas de salto -, assim como os irmãos Próspero e Bonifácio, em torno dos quais a narrativa gira.

O mais surpreendente, no entanto, não é uma coisa nem outra, mas sim a habilidade com que a autora delineia uma história paralela, que vai sendo apontada lentamente, de forma que a temática inicial (o envolvimento de um detetive muito tolo e engraçado na busca dos dois irmãos!) vai sendo desvendada e o leitor começa a se perguntar, então, o que virá a seguir, pois parece que a história tem de terminar, mas ainda há muitas páginas a serem lidas... aí tem início a segunda parte da história: o papel da asa, objeto (mágico!) que deve ser roubado pelo 'senhor dos ladrões' e que conduzirá o grupo de amigos à maior aventura de suas vidas!

O desfecho é, portanto, tão fascinante e surpreendente quanto o restante da narrativa, mantendo a sensação de estarmos diante de uma obra que diz a que veio! É show!

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