"Um mesmo livro nunca é o mesmo para duas pessoas." Ferreira Gullar



20 de julho de 2010

O menino do pijama listrado

Andei lendo numa Veja, nesse período de férias (de 2009), uma crítica ao filme (e, indiretamente, ao livro!) O menino do pijama listrado (John Boyne) e, com sinceridade, não a compreendi.
A impressão que tive foi de que o protagonista, o garoto Bruno, deveria representar o "vilão" e teria sido 'pintado' com certa falsa ingenuidade pelo autor! Ou seja, somente por pertencer a uma família cujo patriarca servia a Hitler no período da 2ª Guerra, naturalmente, ele já estaria enquadrado nos "maus"!! Sabe-se que não há o que impeça, hoje, de existirem opiniões, consensos, sobre "tipos", "grupos", "associações",... quaisquer nomes que desejem dar a quem pratique ações em nome de uma coletividade, afinal, as pessoas veem o que querem e como querem, mas é severo demais afirmar que o menino não pudesse ter, aos nove anos, sentimentos que o distinguisse dos de seus pares, mesmo que esses sejam sua família!! Não se pode afirmar que essa criança, por nascer em um desses grupos, está fadada, desde cedo, a ser o que a hereditariedade ou o meio determinam (voltaríamos, então, às teorias deterministas do final do século XIX?!?), até porque ela depende de outros fatores que são formadores de sua personalidade e, afinal, a obra é uma ficção... é arte!
O livro em si é interessante: desde a linguagem, a qual mexe com o intelecto do leitor, sugerindo situações e pessoas, em vez de citá-los diretamente (como Haja Vista ou o Fúria!!), assim como a relação inocente de Bruno e Shmuel, a qual encontra forte contraponto na frieza da irmã do protagonista, e ainda na brutalidade de seu pai - ou na dos atos que ele representa!
Já o filme faz uma boa leitura do livro, mas não consegue representar a relação entre as personagens e especialmente o final com o mesmo peso...
Boyne surpreende justamente por não preparar o terreno ao leitor... E talvez (se quisermos insistir em rotulá-la!) de piegas a obra tenha apenas o final, como numa parábola, com grande lição de moral!! Depende do ponto de vista...

5 comentários:

  1. Oi Lu !
    Parabéns pelo blog !
    Ficou muito legal !
    "O menino do pijama listrado" parece ser um ótimo livro.
    Estou louco para ler de uma vez !
    Apesar de eu não ter lido o livro ainda , a crítica feita pela "Veja" parece ter sido injusta , mas tenho certeza que poderei analisar melhor e formular uma opinião mais concreta após fazer a leitura do livro.
    Ah , falando em livro , comecei a ler "A menina que roubava livros", por tu teres recomendado em aula , e estou adorando!
    Tomara que "O menino do pijama listrado" também seja outro ótimo livro (E tudo indica que seja) !
    Por enquanto , isso é tudo.
    Após ler o livro , voltarei aqui para deixar mais um comentário e apresentar minha opinião sobre a crítica feita pela "Veja".
    Até lá !

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  2. Lu! Quando começei a ler este livro, não consegui mais parar, talvez pela grande curiosidade que eu tinha de saber o final. Acredito que é uma obra que todos deveriam ler, e não considero Bruno como um vilão da história, porque ele estava como inocente na história. Beijos

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  3. Olá, pessoas!
    Agora que finalmente vi o filme posso acrescentar algo por aqui... ele é tão comovente quanto o livro, mas não é tão intenso!Além disso, o final deixa a desejar, como já bem me haviam dito os queridos da 8ª. Uma boa releitura, mas a obra (pra variar!) é muito superior!
    Beijos... Lu

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  4. Me interessei pelo livro quando li o seu resumo no corredor da escola,no painel de projeto de leitura da oitava série.
    Me impressionou o quão inocente as crianças eram durante a segunda guerra,me senti muito mal por Shmuel quando ele disse que seu pai e avÔ aviam "desaparecido".Achei uma grande lição no final,quando o pai de Bruno viu o mal que causou a sua família,mesmo que que indiretamente.

    Beijos Lu
    Luiza Jordão

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  5. muuito bom esse livro!!
    AMEI D+
    valeu pela escolha sora.
    bjss
    laura schenatto

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